sexta-feira, 18 de março de 2011

O Pilates e a Dor

O reconhecimento médico sobre a eficácia do Pilates no tratamento da dor vem crescendo nos últimos anos devido a um grande número de casos com resultados altamente satisfatórios na recuperação do controle motor, fortalecimento dos músculos da coluna e alívio de dor. Muitas pesquisas vêm sido desenvolvidas tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos onde o Pilates é aplicado antes e após a cirurgia de coluna ou qualquer outra articulação do corpo. 

A Pós Reabilitação com o Pilates acelera no processo de recuperação devido a possibilidade de trabalhar movimentos similares aos do cotidiano sem a ação da gravidade, com a coluna apoiada num ambiente diferente, onde a nova posição possibilita o aprendizado de um movimento novo e correto sem os antigos vícios de compensação a dor. O que isso quer dizer? Que por exemplo, você vai aprender a andar corretamente porém deitado. O nosso corpo tende a repetir os mesmos padrões se tentarmos corrigir o caminhar de pé. Além de introduzir o movimento novo em posições diferentes para assim “enganar” o corpo e eficientemente poder corrigir, os equipamentos do Pilates são compostos de molas com diferentes tensões, possibilitando o aprendizado numa intensidade extremamente leve, sem agredir a lesão existente. O corpo responde melhor sem se cansar e sem usar de forças compensatórias que são agressivas e causam o desalinhamento dos membros.

Outra característica fundamental é a possibilidade de trabalhar e fortalecer os músculos estabilizadores da coluna, cintura escapular (ombros) e quadril. Estes músculos são menores e quando enfraquecidos acabam estressando e provocando lesões e/ou patologias de coluna e de extremidades como ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. A qualidade e o equilíbrio muscular serão enfatizados através de exercícios específicos e holísticos de força, flexibilidade e estabilização. Os braços, pernas e quadris estarão mais preparados para suas funções, a coluna estará mais alinhada, alongada e fortalecida. Haverá um reequilíbrio dos músculos esqueléticos de forma geral e a ergonomia será otimizada, conduzindo a uma redução considerável dos impactos nas articulações, e sobretudo nas bursas, amenizando o atrito e as inflamações e, conseqüentemente, as dores serão estabilizadas e prevenidas. E então, a auto-estima fluirá de forma natural. Requisitos esses, fundamentais para prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas. 

O Pilates faz o que chamamos de fortalecer “de dentro para fora”. Fortalecer o abdômen não quer dizer poder fazer 1.000 abdominais, e nem ter um abdômen “tanquinho”. O trabalho feito pelo Pilates é mais profundo, você vai fortalecer o transverso abdominal  juntamente com o assoalho pélvico (responsáveis por segurar os órgãos) e com o auxílio da respiração é feita a correção Postural. Todo o movimento partirá dessa conexão com o centro do corpo.
Numa terceira fase, onde o corpo passa a realizar os novos movimentos de forma natural, onde inconscientemente o ele está correto e eficiente, os exercícios passam a ser realizados na posição vertical para que sejam transferidos às atividades diárias, substituindo os velhos hábitos.

Autor: Dr. Marcelo Cruz Rezende - reumatologista / MS
Baseado em texto da "Arthritis Foundation".